Parceria internacional anuncia startups selecionadas para fomento de soluções sustentáveis

Integrantes do Programa Soja Sustentável do Cerrado, Adapta, Busca Terra, Green Bug e SciCrop receberão aporte financeiro do Startup Finance Facility.

São quatro as novas propostas selecionadas pelo Programa Soja Sustentável do Cerrado para receber aporte financeiro do Startup Finance Facility – iniciativa inédita de gestão e fomento a soluções de inovação que contribuam para uma cadeia de suprimentos da soja sustentável, livre de desmatamento e conversão de vegetação nativa. Regen-cert, da Adapta, solução sistêmica para fomentar a adoção de práticas agrícolas regenerativas na cadeia da soja na região do Matopiba; Painel de transparência da soja, da Busca Terra, plataforma de rastreabilidade e um selo “Soja Verde” capaz de demonstrar a origem do grão e estimular o cultivo sustentável, em conformidade com as leis ambientais; Ouvidos da natureza, da Green Bug, proposta de monitoramento dos sons das florestas a partir de tecnologia IoT e inteligência artificial; e a Green Pixel Initative, da SciCrop, com uma plataforma para negociação de contratos futuros a partir de pixels verdes, coletados por satélite e armazenados em um sistema blockchain. Com recursos do Land Innovation Fund e expertise do AgTech Garage no acompanhamento das soluções, o Startup Finance Facility dispõe de R$3,4 milhões para catalisar o desenvolvimento, a testagem e a implementação de soluções inovadoras que levem inteligência, segurança e sustentabilidade à cadeia da soja no bioma Cerrado, com a possibilidade de aumento de receita com a entrada de novos parceiros interessados em apoiar o ecossistema de inovação para o agronegócio sustentável.

4o ciclo do Programa Soja Sustentável do Cerrado busca soluções de conservação. Inscrições até 15 de julho.

Os quatro novos projetos a receber aporte financeiro do Startup Finance Facility compõem um portfólio de inovação para toda a propriedade rural – da área de cultivo à floresta em pé – e oferecem soluções em conservação, produção e mecanismos financeiros, três das quatro vias de atuação do Land Innovation Fund na América do Sul. “Entendemos que para inovar é preciso criar condições para o desenvolvimento de uma paisagem de inovação, com espaço para o intercâmbio entre os diversos atores da cadeia da soja e o fomento de soluções com potencial transformador para a cadeia da soja, em diferentes estágios de desenvolvimento – das early stage às que precisam ganhar escala”, explica Carlos E. Quintela, diretor do Land Innovation Fund. “Com o Startup Finance Facility, oferecemos às startups selecionadas para o Programa Soja Sustentável do Cerrado a possibilidade de acesso à aporte financeiro para viabilizar projetos, ações e iniciativas disruptivas para o desenvolvimento agrícola responsável, e impulsionar a formação de um portfólio de soluções inovadoras e sustentáveis para o mercado”, completa ele.

Os recursos do Startup Finance Facility estão disponíveis para participantes do programa Soja Sustentável do Cerrado (PSSC) interessados em eliminar barreiras para viabilizar projetos e ideias inovadoras para o agronegócio sustentável. Startups podem submeter propostas individuais ou em parceria com outras participantes do Programa para avaliação de um Comitê Técnico. Entre os critérios a serem considerados, estão a aderência ao programa PSSC; o potencial inovador do serviço ou produto; a viabilidade econômica e financeira da iniciativa; a composição, função e relevância de cada startup no projeto (se houver mais de uma envolvida); o conhecimento técnico e qualidade da proposta, entre outros.

"O Startup Finance Facility é mais um diferencial de um Programa inovador já em sua estrutura de gestão. Com uma visão 360 graus, o PSSC oferece conexões com o mercado, mentores, acadêmicos e especialistas, e agora também com os produtores rurais. A interseção inédita de módulos - do For Farmers ao Fellowship Cerrado, somado ao aporte financeiro do Startup Finance Facility – coloca o Programa Soja Sustentável do Cerrado na fronteira da inovação junto ao ecossistema empreendedor”, ", afirma José Tomé, co-founder e CEO do AgTech Garage.

O Programa Soja Sustentável do Cerrado:

As startups selecionadas para o Programa Soja Sustentável do Cerrado participam de uma Jornada de Experiência, com acesso a mentorias estratégicas e técnicas, conexões com executivos da comunidade do AgTech Garage, troca de experiências com empreendedores, participação em eventos e workshops com profissionais da iniciativa privada e acompanhamento de um time de especialistas composto por integrantes de empresas parceiras com foco no desenvolvimento e escala de soluções. Os selecionados para o PSSC participam também de aulas masters e apoio técnico-científico de um time de pesquisadores selecionados para o Programa Fellowship Cerrado e, a partir do 4º ciclo, ganham a possibilidade de intercâmbio com dez produtores rurais integrantes do Programa For Farmers, iniciativa que traz o fazendeiro para o centro do ecossistema de inovação e facilita a adoção de novas tecnologias no campo.

Programa Soja Sustentável do Cerrado amplia potencial de adoção de soluções no campo com a integração do For Farmers.

Responsável pela ponte entre startups e empreendedores com os centros de pesquisas com infraestrutura de ponta e competências técnicas para desenvolver os projetos selecionados, a EMBRAPII também poderá cofinanciar soluções tecnológicas, a partir de critérios próprios, com recursos não reembolsáveis. O Programa conta ainda com o apoio estratégico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), instituição que atua em toda a jornada de inovação – da ideia à implementação – e que agregará expertise identificando potenciais sinergias entre empreendedores, pesquisadores e mercado de tecnologia, além de atuar em treinamentos e comitês de seleção durante a jornada.

Novos parceiros podem unir-se ao Startup Finance Facility contribuindo com recursos técnicos e financeiros para o projeto, e participando do processo de seleção de novas soluções de inovação para o programa.

Conheça as soluções selecionadas pelo SFF:

REGEN-CERT, Adapta: Solução sistêmica para fomentar a adoção de práticas agrícolas regenerativas na cadeia da soja na região do Matopiba: essa é a proposta da Adapta, startup que trabalha com cooperativas, associações, corporações, instituições financeiras e públicas para reduzir o impacto ambiental e promover benefícios socioeconômicos de cadeias agrícolas. Para o Startup Finance Facility, a Adapta propõe uma solução composta por três plataformas integradas – técnica, financeira e digital – capaz de auxiliar o produtor rural a adotar práticas de agricultura regenerativa em sua propriedade rural, com 1) monitoramento virtual das etapas de transição e visitas técnicas de especialistas; 2) estudo de viabilidade econômica, barreiras técnicas e riscos associados à adoção das práticas; 3) e o desenvolvimento de um certificado digital com tecnologia blockchain e IoT para contabilizar os benefícios ambientais associados às métricas de carbono, biodiversidade, água e saúde do solo na cadeia de suprimentos da soja. Com os impactos rastreados, a proposta é que grandes players do mercado agrícola e instituições financeiras possam comprovar o uso de práticas sustentáveis, o alcance das metas ESG e sinergia com a agenda internacional favorável à implementação de ações de mitigação das mudanças climáticas.

PAINEL DE TRANSPARÊNCIA DA SOJA, Busca Terra: desenvolver uma plataforma de rastreabilidade para empresas demonstrarem que estão comprando soja cultivada em fazendas em conformidade com as leis ambientais ou com projetos de recuperação ambiental: essa é a proposta da Busca Terra, que pretende atribuir um selo de “Soja Verde” para grãos produzidos em fazendas regularizadas ambientalmente. A startup já possui a tecnologia que concentra dados do imóvel rural de mais de 100 bases diferentes, integrando informações sobre clima, solo, questões fundiárias e cadastrais, alertas de desmatamento e focos de incêndio. O apoio do Startup Finance Facility irá viabilizar o desenvolvimento, em escala comercial, de um painel de avaliação e monitoramento completo para a soja, agregando transparência e credibilidade à cadeia de suprimentos do grão.  O sistema irá gerar um cadastro positivo dos produtores rurais em conformidade com o Código Florestal, e incentivará a implementação de projetos de conservação de mata nativa com um CPR Verde: com o apoio da Busca Terra, interessados em preservar uma área de floresta poderão encontrar uma empresa que deseje investir na preservação ambiental. A startup auxiliará na identificação dos serviços ambientais, validação, mensuração e negociação com investidores em potencial.

OUVIDOS DA NATUREZA, Green Bug: ouvir o som das florestas para detectar alterações no ecossistema, antever a necessidade de possíveis ações preventivas na propriedade ou mensurar o alcance de boas práticas agrícolas, contribuindo para redução de custos, melhores condições de produção e conservação do meio ambiente. Esta é a proposta da Green Bug, startup que utiliza tecnologia de Internet das Coisas e Inteligência Artificial para detectar os sons do ecossistema, transmitir os resultados a uma base de dados e monitorar quaisquer alterações de ruídos na área mapeada – de alteração na população local de aves ou no padrão de visitas sazonais a início de focos de incêndio. O conjunto de dados possibilita uma análise das características gerais da região monitorada – da área de cultivo às pastagens, de unidades de conservação a áreas de preservação permanente - com informações de curto, médio e longo prazo relevantes para o produtor rural e, em última instância, também para a comunidade científica e iniciativa privada. Os dados são coletados por um dispositivo eletrônico abastecido por energia solar e baterias com microcontroladores capazes de executar algoritmos de inteligência artificial, detectar e classificar eventos, transmitir os resultados para a plataforma web e traduzir esses sons em números para mapear a dinâmica de cada microrregião, gerando alertas sobre variações ou anomalias com antecedência. As informações são úteis tanto para mensurar riscos quanto para medir o alcance de ações de preservação, como recuperação de paisagens, criação de corredores ecológicos, instalação de poleiros, entre outras boas práticas agrícolas.

GREEN PIXEL INITIATIVE, SciCrop: Primeira agtech brasileira a adquirir propriedade intelectual para criação de uma blockchain específica às demandas do agronegócio brasileiro, a proposta da SciCrop é desenvolver contratos futuros (smart contract) em blockchain de áreas de preservação ou regeneração do Cerrado brasileiro a partir de imagens de satélite coletadas ao longo de doze meses. O smart contract gera um arquivo único, assinado digitalmente, que reproduz a condição real de biomassa de uma área em um determinado período, e certifica as ações socioambientais de preservação ou regeneração implementadas pelo proprietário na microrregião. Com os dados do pixel verde, o produtor rural pode fechar smart contracts com a iniciativa privada e receber compensações financeiras por ações de preservação ambiental, taxas de remoção de CO2 por hectare de área preservada ou regenerada, ações de mitigação de riscos de supressão da vegetação nativa, ou iniciativas sociais voltadas para a comunidade local e realizadas em parceria com ONG’s pré-cadastradas na base de dados da startup. Já a iniciativa privada acessa o site do Green Pixel Initiative, escolhe as áreas que deseja proteger e compra os pixels em forma de smart contract. O pagamento é calculado a partir de um somatório de taxas ambientais, sociais e administrativas. A proposta da SciCrop estimula a produção livre de desmatamento e conversão de vegetação nativa, além de contribuir para a neutralização de carbono e para a diminuição da vulnerabilidade social nos locais de menor IDH do Cerrado.

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