Hypert: Solução integrada pela soja sustentável

Resultado do trabalho em parceria de quatro startups participantes do Programa Soja Sustentável do Cerrado, a plataforma HyperT chega ao mercado em abril

Uma plataforma online em formato blockchain para diagnóstico socioambiental de propriedades rurais, com foco na cadeia de suprimentos da soja, mas válida para qualquer outra commodity agrícola. Esta é a proposta da HyperT – ou Hypertransparência – ferramenta integrada de rastreabilidade, big data, monitoramento e crédito de carbono em desenvolvimento por quatro startups do portfólio do Programa Soja Sustentável do Cerrado selecionadas para receber aporte financeiro do Startup Finance Facility para o fomento de soluções de inovação. Unindo conhecimento técnico e múltiplas expertises, AgTrace, BrainAg, brCarbon e Umgrauemeio trabalham para lançar a plataforma em abril e facilitar o acesso do produtor rural a um mercado cada vez mais comprometido com uma agricultura sustentável e de baixo carbono, livre de desmatamento e conversão de vegetação nativa.

A plataforma HyperT será destaque do Global Digital Development Forum 2023 na próxima quinta, 26, às 9h (horário Brasil). 

Osmar Bambini (umgrauemeio) e André Turkienicz (AgTrace) apresentarão a ferramenta integrada de rastreabilidade, big data, monitoramento e crédito de carbon desenvolvida por AgTrace, BrainAg, BrCarbon e umgrauemeio. A mediação da mesa redonda é de Carlos E. Quintela, diretor do Land Innovation Fund.  Inscreva-se e participe.

Com a HyperT, as startups pretendem traçar uma análise completa da propriedade rural, do levantamento da documentação necessária para regularização socioambiental à análise de prevenção de incêndios e danos ambientais; do potencial de retorno econômico através de créditos de carbono para áreas com excedente de vegetação nativa e restauração ecológica ao estudo de risco de conversão para agricultura de áreas de reserva legal. A plataforma traz benefícios tanto para o produtor quanto para o mercado de commodities agrícolas: o proprietário rural pode mensurar o valor da floresta em pé e convertê-la em créditos de carbono; as empresas podem gerar programas de incentivo para fazendas comprometidas com as questões socioambientais.

A proposta de desenvolver uma plataforma que integre demandas diversas do mercado agrícola em uma única ferramenta digital surgiu durante a participação no Programa Soja Sustentável do Cerrado, resultado da parceria entre a AgTech Garage e o Land Innovation Fund, com apoio estratégico da Embrapii e do CPQD. Além do acesso a mentorias, intercâmbio com pesquisadores do Fellowship Cerrado e participação de produtores do Programa For Farmers para validação de provas de conceito, as startups tiveram acesso a aportes financeiros individuais do Startup Finance Facility para o aprimoramento de cada especificidade da solução. “Não conheço nenhuma outra iniciativa que faça integração de agtechs para o desenvolvimento conjunto de soluções, atendendo a uma demanda crescente da iniciativa privada por ferramentas complexas em plataforma integrada”, afirma o CEO da AgTrace, Andre Turkienicz.

Especialista em rastreabilidade de dados por blockchain, a AgTrace criou as bases para a integração dos sistemas viabilizando a consolidação das informações em uma única plataforma. A startup de big data BrainAg agregou à ferramenta o acesso a dados públicos – sociais, ambientais e fundiários - para avaliação e checklist de critérios socioambientais da propriedade rural. Com ampla experiência em projetos de carbono florestal, a brCarbon adicionou à iniciativa a possibilidade de contratação de soluções climáticas com recursos do mercado de carbono, da análise de viabilidade à negociação final. Já a climate tech Umgrauemeio levou para a plataforma o sistema Pantera de gestão de recursos naturais, com análise de riscos de incêndios e envio diário de alertas de focos de calor na propriedade.

Juntas, as quatro startups agregam valor e potencial de mercado à plataforma colaborativa ao oferecerem uma solução integrada para algumas das mais recorrentes demandas do mercado agrícola da atualidade. E ainda aprimoram o portfólio e a qualidade dos serviços oferecidos individualmente. Com a parceria, por exemplo, a brCarbon incorporou um aplicativo à coleta de dados em campo do inventário florestal, antes inseridos manualmente, desenvolvido pela AgTrace. Já o checklist socioambiental oferecido pela BrainAg agora também é um diferencial para os serviços AgTrace. A brCarbon pode trabalhar a partir de checagem jurídica e fundiária inicial traçada pela BrainAg, um facilitador para o estudo de viabilidade de projetos de carbono, e a Umgrauemeio se beneficia do serviço de rastreabilidade em blockchain oferecido pela AgTrace.

“A iniciativa do pool de startups tem total sinergia com os objetivos do Land Innovation de promover soluções integradas e inovadoras, com foco na fazenda, e com potencial para lidar com alguns dos principais desafios da agenda ambiental e agrícola da atualidade”, afirma o diretor do Land Innovation Fund, Carlos E. Quintela. “Com o PSSC, criamos condições para o intercâmbio e o aprimoramento de soluções verdes e contribuímos para fazer da sustentabilidade um diferencial de mercado”, completa.

Projeto piloto:

Para o desenvolvimento do projeto piloto, o time de startups responsável pela HyperT contou com o apoio do produtor rural Lucas Goulart, um dos participantes do Programa For Farmers. Com uma propriedade de mais de 6 mil hectares dedicada ao cultivo de soja localizada no interior do Maranhão, em área do bioma Cerrado, o fazendeiro já recebe alertas diários de incêndio gerados pela Umgrauemeio. Com acesso direto ao sistema Pantera, com mapa de risco calculado a partir de índice meteorológico, variáveis antrópicas e histórico de ocorrências na região, o produtor pode ainda inserir dados adicionais sobre brigadas de incêndio, pontos de captação de água e localização de fábricas para ter acesso a informações ainda mais detalhadas sobre focos de calor na fazenda.

A brCarbon já foi a campo coletar dados para o inventário florestal de biomassa, inseri-los no sistema HyperT via aplicativo recém-elaborado, e cotejá-lo com as informações obtidas pelo drone, para gerar uma equação para cálculo do estoque de carbono de forma otimizada. “Depois de validada a equação, podemos aplicá-la para cálculo em outras propriedades. Os dados em blockchain trazem credibilidade e agilidade para o projeto. Todas as fotos e evidências estão integradas à plataforma, o que torna o processo de auditoria para certificação dos créditos de carbono muito mais simples, rápida e transparente”, explica Bruna Azevedo, da BrCarbon.

Já a BrainAg disponibilizou o acesso ao aplicativo Farmer ID, integrado à plataforma HyperT, para acesso às análises socioambientais, documentos e certidões das propriedades.. Além disso, a BrainAg realizou também o levantamento do excedente de vegetação nativa em dois municípios do Maranhão – Balsas e São Raimundo das Mangueiras - para elaboração de um banco de áreas para conservação, com potencial para geração de créditos de carbono e retorno financeiro de áreas elegíveis para projetos de REDD+.

Modelo de negócios: 

A partir de abril, clientes interessados em utilizar a plataforma poderão contratar diferentes serviços da HyperT, do mínimo de duas soluções ao pacote completo de quatro atividades oferecidas pelas startups. A proposta é valorizar clientes interessados em tornar a operação rastreável e sustentável com a oferta de um selo de qualidade HyperT, capaz de se converter em diferencial de qualidade, produtividade e ganho financeiro para o produtor rural no competitivo mercado de commodities.

A HyperT pode ser contratada por fazendeiros ou por grandes empresas, com benefícios para ambos. O fazendeiro amplia o potencial e o valor de mercado da commodity, recebendo por um produto premium. E a iniciativa privada consegue atender à crescente demanda internacional por uma agricultura sustentável e livre de desmatamento. “Entendemos que a rastreabilidade é uma tendência que não tem volta e que a iniciativa privada pode ser a grande fomentadora de uma economia verde, estimulando a adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva”, afirma Osmar Bambini, CEO da Umgrauemeio.

Desenvolvida em módulos, a plataforma HyperT tem estrutura para agregar serviços adicionais ao sistema. “Hoje a HyperT está pronta para integrar outras startups à plataforma e funcionar como um agregador de soluções para o mercado agrícola”, explica André. A proposta é facilitar o fluxo de dados e informações para monitorar cadeias de suprimentos agrícolas, identificar protocolos de sustentabilidade, quantificar resultados e precificar os benefícios dos negócios verdes.

Visite o site da HyperT e conheça a proposta das startups

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